O ministro da Justiça, Flávio Dino, elogiou a Polícia Federal pelo acordo dedelação premiada deo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A declaração do ministro acontece menos de uma hora depois de o procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifestar contra o acordo de delação firmado se manifestaer contra o acordo de delação firmado pela PF.
“Minhas homenagens à equipe da Polícia Federal que atuou para o andamento da colaboração premiada do Sr. Mauro Cid. A Polícia Federal atuou com seriedade, profissionalismo e pleno atendimento à Constituição, às leis e à jurisprudência do STF”, disse Dino, que comanda a pasta que tem a PF sob seu guarda-chuva.
Mais cedo, Ara publicou uma mensagem nas redes sociais em que disse que a PGR “não aceita delações conduzidas pela Polícia Federal” e criticou delações feitas no âmbito da Operação Lava-Jato, como as do ex-ministro Antonio Palocci e do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral.
Cid propôs um acordo de delação premiada, que foi homologado hoje por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal. O acordo teve como ponto de partida as investigações conduzidas no inquérito das milícias digitais que tramita no Supremo. A mesma decisão de Moraes deu liberdade provisória ao militar.
O ex-assessor de Bolsonaro estava preso desde maio após ser alvo de uma ação que apura a atuação de um grupo que teria inserido dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Há também outras apurações abertas contra o militar e que tem potencial para desgastar Bolsonaro, como as relacionadas às suspeitas de uma trama por golpe de estado, o envolvimento em uma reunião com o hacker Walter Delgatti Netto, que declarou que participou de uma tentativa de inserção de dados falsos nas urnas eletrônicas e a suspeita de vendas de joias que foram recebidas como presente pelo governo brasileiro.
Foto: Cristiano Mariz