A festa de 94 anos do ex-presidente da República José Sarney (MDB), no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, reuniu a elite política do país, incluindo governo e oposição.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que entrou e saiu discretamente, virou assunto nas rodas de conversa, em que parlamentares da oposição reclamavam do adiamento da sessão de análise dos vetos presidenciais para o dia 7 de maio.
Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, recebeu cumprimentos de deputados e senadores da base pelo mesmo motivo e minimizou a vitória momentânea.
A cena mais inusitada foi um longo abraço e troca de elogios entre Padilha e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG). Para quem perguntava ao ministro sobre a conversa reservada entre Lula e Arthur Lira (PP-AL), no domingo (21), Padilha respondia que essa questão já não era de sua “alçada”.
O presidente da Câmara, por sua vez, chegou mais perto do fim da festa, às 22h, com o salão já semiesvaziado. Lira foi recepcionado pelo filho do político maranhense, o deputado Zequinha Sarney (PV-MA). Padilha já havia ido embora.
Sob reserva, Lira ouviu análises de jornalistas sobre as dificuldades do governo e a ausência de bons conselheiros junto ao presidente Lula. Sem mencionar Padilha, Lira apenas provocou: “Mas onde está o problema?”. E foi salvo por Zequinha, que o convocou para circular pela festa.
Além de Sarney, que ficou mais de duas horas em pé para receber cumprimentos dos convidados, Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), mal conseguia deixar o salão com pedidos de fotos e abraços.
À CNN, Dino brincou que adotou uma postura mais reservada, pois era muito “perseguido”. “Estou em período de silêncio obsequioso”, disse.