Carlos Brandão*
Talvez pouca gente tenha se atentado para isso. Mas o dia 02 de maio foi muito importante para o Brasil e para o Maranhão. Em Brasília, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ao lado do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou que o Brasil avança no Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PE-PNEFA) e se torna totalmente livre da doença sem vacinação. E entre os estados que também são declarados livres da febre aftosa sem vacinação está o nosso Maranhão.
Uma notícia que vai impactar muito, de forma positiva, nossa economia. Agora, teremos um rebanho mais valorizado e com melhor condição de competir no mercado. O agronegócio maranhense ganha mais visibilidade e a possibilidade de acesso a novos negócios, com nossa carne sendo reconhecidamente segura. Esse reconhecimento demonstra, ainda, o compromisso do estado com a segurança alimentar e a qualidade dos produtos agropecuários, o que fortalece a confiança dos consumidores, tanto no mercado interno quanto externo. Além disso, a ausência da necessidade de vacinação simplifica os processos de controle e fiscalização, reduzindo os custos operacionais para os produtores e para o governo estadual.
A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa que afeta bovinos, suínos, ovinos e caprinos, causando graves prejuízos econômicos devido à diminuição na produção de carne e leite, restrições ao comércio de animais e produtos de origem animal, bem como custos adicionais associados ao controle e prevenção da doença. Sua erradicação era crucial para garantirmos a competitividade e a sustentabilidade do setor agropecuário.
Por tudo isso, devemos comemorar essa grande vitória de todos que se empenharam nessa luta que já dura mais de 20 anos em nosso estado. De início, esperávamos atingir esta condição somente em 2026. Mas, graças ao esforço de todos, alcançamos a meta bem antes. E aqui, até como médico veterinário e sabendo das dificuldades enfrentadas, faço um destaque para o engajamento dos criadores em todas as campanhas de vacinação que promovemos. Na última, por exemplo, que começou no dia 13 de março, atingimos uma cobertura vacinal de 100% do rebanho bovino maranhense, que é o segundo maior do Nordeste com mais de 10 milhões de cabeças.
E para finalizar, quero fazer uma menção muito especial aos profissionais que se dedicaram ao cumprimento dessa meta, caindo em campo. E um bom exemplo são os nossos técnicos da Agência de Defesa Agropecuária (Aged), que percorreram várias regiões estratégicas do estado com a Caravana Contra a Aftosa, e conseguiram um resultado que abre novas portas para o Maranhão. Graças a este trabalho e a de tantos outros profissionais, alcançamos um marco que não apenas promove a segurança sanitária do rebanho, mas também impulsiona a economia e fortalece a posição da agropecuária maranhense. Este avanço representa um ponto de virada significativo para os maranhenses e para o setor agropecuário como um todo.
E podemos dizer: adeus, aftosa!
*Governador do Maranhão