Foi apresentado em São José dos Campos, em São Paulo, no final da semana passada, o projeto de construção do MLBR – Microlançador Brasileiro, foguete que o Brasil pretende lançar na chamada órbita baixa da Terra a partir de Alcântara, no Maranhão.
O evento dos dias 27 e 28 de junho marcou a conclusão da primeira fase de desenvolvimento do projeto, na qual as empresas contratadas submetem as especificações técnicas do veículo à avaliação de especialistas, com o objetivo de conseguir melhorias para o trabalho.
O ML-BR é um Veículo Lançador de Pequeno Porte, viabilizado por meio de um edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB). A expectativa é para o desenvolvimento simultâneo de dois veículos espaciais.
São signatárias do edital as empresas Cenic, Concert Space, PlasmaHub, Delsis e ETsys. Também fazem parte do projeto as empresas Bizu Space, Fibraforte e Almeida como parceiros estratégicos.
Conheça as empresas que formam o grupo:
- Cenic: Coordenação do projeto, engenharia de sistemas e desenvolvimento da estrutura primária completa do veículo;
- Concert Technologies: Sistema de controle – sistema inercial de navegação / computador de missão / eletrônica de controle;
- PlasmaHub: Banco de controle de lançamento / eng. aeroespacial / projetos / montagem de módulos / integração de redes elétricas;
- Delsis: rede elétrica de telemetria / aquisição e processamento de dados do banco de controle;
- ETSYS: rede elétrica de serviço-suprimento de energia / atuação dos pirotécnicos / rede elétrica de segurança.
O Centro de Lançamento de Alcântara, o Instituto de Aeronáutica e Espaço e a Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil também estão contribuindo com o projeto. As adequações necessárias seguirão para a Critical Design Review, prevista para junho de 2025. Os cálculos, desenhos e estudo dos documentos servirão de base para a construção do veículo.
Como é o foguete brasileiro
Segundo Rodrigo Leonardi, diretor de gestão de portfólio da AEB, o movimento em direção ao desenvolvimento de foguetes nacionais abre uma série de frentes inovadoras. Desde a tragédia em Alcântara, em 2003, que marcou os esforços aeroespaciais brasileiros, o país busca com sucesso um espaço no setor de lançamentos suborbitais. Agora, o objetivo é alcançar capacidades orbitais.
Características do ML-BR:
- Capacidade total em órbita baixa: até 30 kg
- Medidas: Diâmetro: 1 m / Altura: 12 m
- Massa de decolagem: 9,9 t
A ideia do Brasil, ao integrar essas iniciativas públicas e privadas, é fortalecer sua presença no setor espacial, caracterizado nos últimos anos para participação importante de empresas privadas, como SpaceX e Blue Origin, antes dominado por companhias estatais.